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A mostrar mensagens de 2015

Escolheste-me, mas eu tenho a melhor claque do mundo

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Escolheste-me. Por algum motivo que ainda não percebi na íntegra mas que já desisti de tentar discernir. Escolheste-me porque assim tinha que ser. Escolheste-me para provares que consegues deixar-me incapacitada e que às vezes eu também fraquejo. Queres tomar o controlo do meu corpo e da minha alma. Dominas os meus pensamentos e eu deixo-me perder neles. Recordo agora as noites de insónia, aquelas em que me senti sem qualquer esperança, e posso dizer-te que essas foram as mai s difíceis. Sofri horrores. Tentas incessantemente que eu recue na minha luta, usas todas as tuas armas e demonstras uma frieza calculista. Agrada-te que eu me olhe ao espelho e não me reconheça, agrada-te que os meus olhos se mostrem ressentidos por tudo aquilo que tenho chorado e que a minha pele permaneça pálida aguardando um desfecho que ainda não é certo. Agrada-te, sobretudo, que tenhas sido tu a deixar-me assim. E mesmo quando parece teres partido de vez, descubro que afinal empregaste todos teus recurs

A vida não me deu o suficiente. E então?

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Se a vida não me deu o suficiente eu não vou chorar sobre o assunto, nem sequer vou pensar sobre ele. Não vou criar mais obstáculos. Não vou construir um muro pelo qual não tenho como passar.  É que isto vale mesmo a pena, esta vida de sobressaltos deixa-me extasiada. Vale mesmo a pena não saber o que vem a seguir, como se fosse uma aventura tirada de uma história para crianças. E se a vida hoje não me deu o suficiente, então mal posso esperar pelo amanhã. Inês https://www.instagram.com/25_por_ines/  https://www.facebook.com/25porInes/

Hoje

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A fraqueza nas minhas pernas é tão grande que mal consigo pôr-me de pé. É como se flutuasse sobre um mundo que não é o meu, como se nada disto fosse realmente a realidade em que estou colocada. Um labirinto infindável que tenho medo de não ter saída. Sinto-me sem norte, como se a bússola estivesse partida e o sol não me ditasse o caminho para casa. A minha vista está turva do álcool a que me obriguei a beber, aquele que foi o único conselheiro destas noites que se arrastam pe rante a minha sombra. Percorro a casa vazia e grito baixinho para não ser ouvida, pois não quero que me vejam assim. Não me iriam reconhecer nesta pele que afinal é a minha. Cerro os punhos e fotografo mentalmente o meu corpo magoado. Procuro que ninguém saiba o quanto me dói viver, porque não acredito que alguém me consiga perceber. Porque acredito que a ninguém importo. E ninguém me pode dar aquilo que preciso. Porque o que preciso apenas eu posso definir, e a definição está incoerente nas frases soltas que c

Foram tantos dias, tantas horas, tantos minutos

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Foram tantos dias, tantas horas, tantos minutos. Foram olhares envergonhados, cartas no correio, mãos dadas e juras de amor. E a dança que te conquistou? Aquela que foi dançada ao som da música que declarámos ser só nossa. Foi o dia mais feliz das nossas vidas. O dia que trouxe a noite mais longa passada a dois, onde dois corpos se uniram sem pedir permissão. O branco do teu vestido ficou guardado na minha memória e hoje não consigo pensar em mais nada. Foi o carro partilhad o, a casa partilhada. Foram segredos partilhados, filhos partilhados, vidas partilhadas. Foram noites e manhãs de risos e piqueniques no jardim da nossa terra. Foram também discussões feias. Palavras feias que acabaram sempre com abraços apertados. Foram tantos dias, tantas horas, tantos minutos. Fui teu amante, teu namorado, teu marido, teu confidente, teu abrigo. Fui tudo e tu foste mais que isso. Foram tantos dias, tantas horas, tantos minutos. Decorei cada traço do teu rosto e as sombras do t

Não desaprendas a amar os teus

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Não desaprendas a amar os teus. Não desaprendas a amar quem definiu a pessoa em que te tornaste. Não lhes tires tempo. Não lhes tires amor. Não lhes tires a importância que eles intrinsecamente já detêm. Não desaprendas a ficar. Deixa-te de prioridades construídas por uma sociedade à qual nem te vês pertencer. Os anos trouxeram-me a sabedoria para ter todas as certezas de que não há dinheiro que devolva a felicidade à solidão, que preencha metades de quem por si já é incompl eto ou que detenha valor comercial na verdadeira definição de amor. Por isso, ama os teus. Os que escolheste e os que te escolheram. Ama-os. Hoje e todos dias. Mas ama-os de perto. Não os ames pelo ecrã. Não os ames com fusos horários diferentes. Mantém-te por lá. Junto dos que mais queres, dos que te fazem rir à gargalhada, junto daqueles que te fazem ser a pessoa que realmente conheces na intimidade e não uma outra qualquer moldada de acordo com o politicamente correcto. Mantém-te junto dos que te

Já paraste para pensar que és a pessoa mais importante da tua vida?

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Já paraste para pensar que és a pessoa mais importante da tua vida? Afasta-te de quem te faz sentir menos do que isso. Mantém-te longe de quem não acredita em ti ou de quem não partilha o seu sorriso sempre que te avista. Afasta-te de quem te faz mal com claro egoísmo, de quem te desmoraliza perante os teus objectivos e de quem não te deseja o melhor do mundo. Agarra-te a essa força que tens, a essa originalidade que te define e oferece o teu melhor em tudo aquilo que faze s. Não desistas. Não deixes de imaginar a meta. Não sejas menos do que aquilo que planeaste para ti. Mantém por perto quem te faz sentir completamente feliz. Completamente preenchido. Mantém por perto quem te solta gargalhadas e quem acredita nos teus triunfos. Mantém por perto quem te abraça quando não te vê há muito e quem te prova as palavras sempre que falas. Convence-te a ti próprio que o teu momento é agora. Não desperdices oportunidades. Não feches portas que foram abertas para entrares em novos mu

A maior certeza que tenho

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Não me julgues pela capa que transpareço, nem pela opinião que já formaste. Não me julgues de alguma forma por aquilo que quero para mim, porque só a mim tenho de justificar tamanha escolha. Não me digas que é um erro quando sou eu que não colho a felicidade se seguir o sentido que queres que eu siga. Não me julgues. Não gastes o teu vocabulário com premissas que já nem oiço. Isto não é uma mania. Não é uma questão de feitio ou dos anos que já vivi. Chamaria-lhe uma oposição . Uma oposição fundamentada por aquilo que sinto aqui dentro. Por aquilo que sinto neste lugar ao qual tu nunca vais conseguir entrar. E esta oposição, acaba assim, por ser uma terapia emocional que me deixa muito mais certa daquilo que sou. Na verdade, não tenho certezas sobre aquilo que quero, mas tenho a certeza absoluta sobre aquilo que não quero de todo. Por isso, não me interpretes mal. Não julgues que é uma decisão sem porquê ou uma casmurrice que a idade me trouxe. Entende que eu, simplesmente, não v

Pai

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Sem expressão abraçaste-me. Perdi-me em silêncios porque não valia a pena dizer nada. Senti a força dos teus braços e a tua respiração forte. O aconchego era a única coisa que nos restava. E o encaixe era perfeito, como se Deus soubesse, que um dia, iríamos precisar de um abraço como este. As minhas pernas ainda tremiam, mas sentia as minhas mãos mais quentes agora. Partilhámos a dor naquele abraço. Ela era tanto minha como tua. E era assim que tinha que ser. Apertaste-me c om mais força. Não quiseste saber da fragilidade dos ossos que eu tinha no corpo. Preocupaste-te com a fragilidade que eu tinha na alma. E quanto mais me apertavas, mais ela se desvanecia por segundos. O tempo parecia ter parado. Não havia relógio que ditasse o fim daquele momento. Não havia ninguém que nos tirasse dali. Porque afinal, só nos tínhamos um ao outro. Sem expressão abraçaste-me. Abraçaste-me sem perguntas, sem nada em troca. Abraçaste-me como só tu o sabes fazer. E por mais que não houves

E se não for suficiente, podes sempre escolher esquecer-me

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Disseste: "quero tornar a tua vida menos igual" Não percebi. Sorri apenas. Ficaste a olhar-me por breves instantes e sorriste levemente. Sabes que não podes pedir-me mais que alguns minutos dos meus dias, sabes que gosto da palavra liberdade e de ser algo novo sempre. Se o teu coração é uma corda com receio de se quebrar, acredita que o meu é um fio que já se quebrou vezes sem conta. Não me peças mais que escassos minutos. Não me peças promessas, nem noites sem dormir. Fica apenas com o que tenho para te dar agora, não me peças nada mais que isso. E se não for suficiente, podes sempre escolher esquecer-me. Inês https://www.instagram.com/25_por_ines/  https://www.facebook.com/25porInes/

Tu tens força para mover montanhas

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Tu tens força para mover montanhas. Pessoas. Multidões. Tu tens algo dentro de ti de diferente.  Eu acho que tens. Talvez tenha sido resultado daquelas noites frias. Daqueles dias cinzentos.  Quando te roubaram a liberdade. Quando te roubaram a infância. Quando não pediram desculpa. Eu tenho a certeza que ficou algo de bom, não ficaram só os efeitos nefastos.  Eu acho que sim. Mas se não dá, não dá.  Não fiques mais assim.  Tira esse peso dos ombros. Às vezes mais vale esquecer.  O que não engorda, mata.  E tu estás a perder vida.  E aquela força que te falei está a dissipar-se, aos poucos.  Eu acho que está. Deixa-te disso. Abre os olhos. Desiste do que te faz mal. Agarra o que te escapou dos dedos. Sorri a quem sorri quando te vê no chão e abraça quem chorou quando caíste.  Eu acho que merecem. - Já viste o sol a brilhar lá fora? Inês  https://www.instagram.com/25_por_ines/  https://www.facebook.com

Uma energia desconhecida

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Algo maior que eu apoderou-se do corpo que me pertencia. Uma energia desconhecida vinda de sei lá onde. Uma alegria instantânea que pouco tem de científico. Um sorriso contagioso que se espalha com maior velocidade do que a propagação do som. Sinto, de forma detalhada, o poder de estar viva e de viver como quero. O sangue que percorre as minhas veias corre mais rápido que nunca e a vontade de descobrir mundos novos evapora-se pelos poros da minha pele dourada. Sinto o sol a aquecer-me a alma e o vento a levar-me os cabelos por caminhos que ainda desconheço. Sinto-me estupidamente livre. Estupidamente leve. Estupidamente feliz. Não preciso de muito. Na verdade, não preciso de quase nada. Porque quando a felicidade é íntegra e interna a mim mesma, difícil é derrubá-la. Transpareço vontade de vencer. Vontade de conhecer quem nunca conheci. De rir até me doerem todos os músculos. De mergulhar em todas as praias do mundo. De abraçar quem de um abraço precise. Vontade de dar pão a quem tem

Querido diário, hoje o dia foi extenuante

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Querido diário,  hoje o dia foi extenuante. Tentei distrair-me. Ocupei-me, mesmo não tendo com o que me ocupar, e tentei pôr de lado o mal que trago comigo. Quanto mais negamos uma coisa que existe, quanto mais a relativizamos quando ela não é relativa, mais ela ganha força. Torna-se maior que nós, e muitas vezes, invencível. Tento portanto aceitar a realidade e lutar contra algo que é real. Eu sei que é real. E agora tudo depende de mim. De ti. De nós. Não quero afundar-me mais. Cada vez está mais escuro aqui. A única coisa que me tranquiliza é que tu um dia vais entender-me. Ou pelo menos, aceitar-me. Pelo menos, é isso que eu acho. Agarro-me a essa ideia como se dela dependesse.  Meu querido diário, peço-te que me aceites. A mim, às minhas crises emocionais, à minha falta de "quês" e porquês, às inseguranças repetitivas e a todos os pânicos que perduram dentro do meu peito. Mas eu não gosto de estar assim. De ser assim.  Não gosto de mergulhar

Dor que estás aí escondida

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Dor que estás aí escondida. Escondida de muita gente. Dor que me acompanhas nos dias de solidão. Sempre disfarçada num sorriso. Sussurras ao meu ouvido que estás por cá. Não deixas que me esqueça que tu existes. Dor que só vais embora quando queres. Por momentos não te sinto. A alegria vem e quer ficar. Mas não tem força para o que de si é maior do que qualquer coisa. Voltas. E não te arrependes de voltar. Porque te achas no direito de ser minha. Porque gostas de trazer as n oites longas. Porque os meus monólogos são o teu entretenimento favorito. Porque não queres que os meus olhos sequem. Porque sabes que és mais do que aparentas. Dor que estás aí escondida. Sinto-me a desfalecer. Tanta raiva te guardo. Tanta inutilidade me trazes. Tanto carisma me roubas. Tantas horas te cedo. Tanta vida me levas. - Porquê? Inês https://www.instagram.com/25_por_ines/  https://www.facebook.com/25porInes/

Pedi um café, nem muito cheio, nem muito vazio

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Sentei-me junto à única mesa livre naquela manhã de correria habitual em Lisboa. Pedi um café, nem muito cheio, nem muito vazio. Um café parecido à minha vida, nem muito cheia, nem muito vazia. Olhei sem pressa à minha volta e tudo pareceu normal. A banalidade já fazia parte da rotina, até porque a rotina é sempre banal. Tudo o que realmente nos marca nunca é rotineiro. E eu há muito que não sentia que algo me marcasse. Quando o café já estava meio vazio, quando o jornal já m e tinha passado pelos olhos duas vezes, então eu achei que fosse hora de ir embora. Até que apareceste. Tão jovial como o sol quando nasce. E com a tua pressa de cidade ficaste ali a travar olhares comigo. A banalidade tinha sido interrompida por ti. A rotina tinha sido esquecida naquele dia. O autocarro partiu com um lugar a mais e o cigarro das 9 horas da manhã ficou no maço bem quieto. E a conversa começou sem que nenhum de nós se esforçasse demasiado. E pedi-te que me falasses de ti.  Fala-me de ti.  F

Lisboa, nunca te quis

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Lisboa, nunca te quis. Nunca foste ambição ou desejo. Mas tantas vezes esta vida troca-nos as voltas. E foi essa vida desvairada que me trouxe até ti, envergonhada. E a princípio nada parecia estar no lugar certo. Trazias-me a confusão, trazias-me a pressa de quem está sempre atrasado, trazias-me cheiros que não eram os meus, a calçada desnivelada que me tirava o equilíbrio, a fome e a sede de quem não tem nada, trazias-me a tristeza do Fado boémio e o fumo dos cigarros acen didos nas janelas. Mas o tempo remedeia. Acalma e conforta. E por vezes, quando o destino assim o quer, faz-nos cair de amores por aquilo que nunca pensámos amar. Ironicamente, o destino decidiu que assim fosse. Lisboa, hoje também és minha. E nenhuma outra cidade é como tu. És minha porque me dou a ti todos os dias. E, aos poucos, desvendas todos os teus segredos. Trazes-me as histórias dos amantes perdidos nas ruelas estreitas. Trazes-me as paixões fugazes e os corpos suados. Trazes-me as casas o

Se não gostas de mim, não fiques

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Se não gostas de mim, não fiques. Vai embora assim que tenhas boleia. Deixa-me ficar deste lado, no meu canto. Deixa-me ficar onde pertenço, onde nunca te sentiste em casa. Não fiques para ver. Vai. E vai sem bilhete de volta. Se não gostas de mim, não fiques. Leva tudo o que a ti te identifica. Leva tudo aquilo que és. Não vais deixar saudade. Não se tem saudade do que nunca foi bom. Não se tem saudade do que sempre foi dor. Se não gostas de mim, não fiques. Pergunto-me por que continuas a observar-me de perto. Porque permaneces calado de forma a passares despercebido. Não te iludas em pensar que não te vejo. Não te escondas por entre sombras que tão bem conheço. Eu sei que continuas aí porque queres assistir ao meu percurso. Esperas que falhe. Esperas que chore de joelhos esfolados no chão. Esperas que implore o teu auxílio. E esperas negá-lo da forma mais sádica que encontrares. Rezas para que nada seja da forma que idealizei. Que nada seja sequer parecido ao que um dia

És inacessível

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És inacessível. Não encontro outra forma de te descrever. É como se eu não tivesse direito à entrada na tua vida. Como se fosses demasiado para a pessoa que sou. Como se fosses uma qualquer forma superior de ser-humano. Negas-me repetidamente com a frieza que te é característica e a pouca humildade que demonstras. Não sei se tudo isso é escárnio ou se tudo isso é medo de te aproximares de mim. Medo de não conseguires manter essa postura tão nivelada à tua altura. Medo de me  quereres mais do que algum dia quiseste alguém. Medo de me desejares de uma forma tão louca quanto aquela que eu te desejo todas as noites. E assim continuamos. Continuamos as nossas vidas sem o calor que nos falta na alma. Continuamos despidos de prazer e sem os serões com a pele suada. Continuamos separados pelas barreiras invisíveis que crias para te sentires melhor contigo própria. Continuamos, estupidamente, longe um do outro. Longe daquilo que ainda nem provámos mas que já queremos repetir. Na verdade,

Inacreditável o fio condutor que me leva a ti

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Inacreditável o fio condutor que me leva a ti. Sou só um homem. Apenas um homem comum. E no desenrolar de mais uma vida comum, encontrei-te.  Tudo ficou de outra cor. A música na rádio tinha outro significado. E sempre que eu sorria, o motivo eras tu. Desencontrei-me no teu corpo. Encontrei-me na tua maneira de ser. Ligeiramente e sem fazeres barulho, mudaste tudo aquilo que não tive forças para mudar sozinho. Limaste-me os defeitos. Na verdade, já não tenho medo da estrada. Agora estou mais alerta. Conseguiste que eu me sentisse cheio. Nunca estive tão cheio decerto. Nada me falta quando te tenho perto de mim. Mas eu sempre soube que não era o único. Sempre soube que existiam outros. Outros que te podem amar da mesma maneira que te amo. Porque afinal de contas, é fácil amar-te. É fácil cair nessa tua teia complexa. Emocionalmente dás cabo de um homem. E não é só dos comuns. Dás cabo de qualquer um. E, sinceramente , o que mais me assusta é que tu sabes disso. Tu sabes q

Errar é Humano

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Errar é humano, já o dizia a minha Avó. E eram sempre frases destas que ouvia cada vez que não fazia as coisas como era de esperar. Frases de auto-ajuda e sem reflexo de culpa para quem tinha metido o pé na argola. Frases curtas, com aquele toque emocional que me levavam a pensar que até tinha sido bom errar. Sim, porque tal como sempre me disseram, é com os erros que aprendo. E sendo assim tão linear esta teoria inventada nas ruas da amargura, então eu sou quase um génio. Pr ovavelmente, perto de saber tudo sobre quase tudo. Mas não é isso que sinto. Sinto que falhei. E essa falha levou-me por caminhos diferentes do percurso que estava delineado no início. Mas antes disso houve dor. A dor que só se sente quando sabes que não conseguiste atingir aquilo a que os outros te propuseram. Ou pior, a dor que só se sente quando sabes que não conseguiste atingir aquilo a que tu próprio te propuseste. E não é fácil de lidar com ela. Aqueles instantes em que percebes que erraste são macabr

Como pude eu deixar-te ir sem um abraço, meu irmão?

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Como pude eu deixar-te partir sem um abraço? Mas deixei. Deixei que te arrastasses com fraqueza, que te deixasses ir sem esperança e que nos abandonasses sem retorno. Na realidade, deixei que chegasses ao fundo de ti. Assisti na primeira fila à tua decadência, sem nunca acreditar firmemente que estavas perto do fim que ditaste de forma autónoma. E hoje sinto-me apenas pela metade. Sinto-me parcialmente desfeita. A lacuna que deixaste em mim supera-me todos os dias. Recordo como éramos, como sempre fomos e como te perdi. Perdi-te nos dias em que não fomos nada, naqueles dias em que o silêncio imperava entre nós. Perdi-te quando a indiferença era a única coisa que nos unia, quando nos ausentámos da vida um do outro. Perdi-te sempre que discutíamos e sempre que nos magoávamos com palavras sem qualquer sentido expressamente incutido. E se assim foi, então perdi-te vezes sem conta. Como pude eu deixar-te partir sem um abraço? Mas deixei. Insensivelmente fui orgulhosa demais para te