Uma energia desconhecida

Algo maior que eu apoderou-se do corpo que me pertencia. Uma energia desconhecida vinda de sei lá onde. Uma alegria instantânea que pouco tem de científico. Um sorriso contagioso que se espalha com maior velocidade do que a propagação do som. Sinto, de forma detalhada, o poder de estar viva e de viver como quero. O sangue que percorre as minhas veias corre mais rápido que nunca e a vontade de descobrir mundos novos evapora-se pelos poros da minha pele dourada. Sinto o sol a aquecer-me a alma e o vento a levar-me os cabelos por caminhos que ainda desconheço. Sinto-me estupidamente livre. Estupidamente leve. Estupidamente feliz. Não preciso de muito. Na verdade, não preciso de quase nada. Porque quando a felicidade é íntegra e interna a mim mesma, difícil é derrubá-la. Transpareço vontade de vencer. Vontade de conhecer quem nunca conheci. De rir até me doerem todos os músculos. De mergulhar em todas as praias do mundo. De abraçar quem de um abraço precise. Vontade de dar pão a quem tem mais fome do que eu. Vontade de dançar no meio de praças e pracetas. Vontade de mudar mentes e de ser mudada com elas. Transpareço a imunidade à tristeza. Transpareço a vontade explicita de ser o dobro do que já sou. Transpareço o sonho de ir tão longe quanto as minhas pernas o permitirem. A factualidade desta energia contamina-me todos os membros e quanto mais a partilho, mais recebo. Educo e sou educada. Ensino e sou ensinada. Nunca deixo de cantar e sou encantada. Assim permaneço, na esperança que esta força nunca me abandone. Na esperança que fique sobre todos os sentidos que me definem.
E enquanto ela me descreve, continuo na loucura incessante de ser mais feliz que ontem. Porque só tenho uma oportunidade de aqui estar. E nada nem ninguém vai influenciar negativamente os detalhes da minha viagem.

Inês


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Caí no fundo

Tenho 25 motivos

Escolheste-me, mas eu tenho a melhor claque do mundo