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A mostrar mensagens de 2016

Foi um ano duro

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Foi um ano duro, feito de impossíveis. Posso até chamar-lhe um ano doloroso. Dotado de peripécias e desafios tantas vezes esgotantes. E não escondo que foram alguns os dias em que pensei em desistir. Não escondo que foram algumas as noites em que os olhos não fecharam por um minuto. Só Deus sabe o quanto lutei. Só Deus sabe como arranjei mil e uma maneiras de me motivar. Inventei-as, como se de uma história para crianças se tratasse. Fui buscar forças onde não sabia tê-las. Fui procurar abrigo onde até hoje nunca me tinha refugiado. A minha alma parecia estar numa montanha russa de emoções. Tanto me senti no topo do mundo, como dei por mim no chão. Mas segui sempre em frente, mesmo que para isso desse passos sem confiança. Na verdade olhei para trás, mas nunca me fixei no passado. Reconheço que caminhei sobre pedras apenas para que hoje pudesse sentir o prazer de estar descalça. E admito que estou francamente cansada. Exausta é a palavra certa. Creio que fui testada até onde era possí

Não me julgues pela capa

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Não me julgues pela capa que transpareço, nem pela opinião que já formaste. Não me julgues de alguma forma por aquilo que quero para mim, porque só a mim tenho de justificar tamanha escolha. Não me digas que é um erro quando sou eu que não colho a felicidade se seguir o sentido que queres que eu siga. Não me julgues. Não gastes o teu vocabulário com premissas que já nem oiço.  Isto não é uma mania. Não é uma questão de feitio ou dos anos que já vivi. Chamaria-lhe uma oposição . Uma oposição fundamentada por aquilo que sinto aqui dentro. Por aquilo que sinto neste lugar ao qual tu nunca vais conseguir entrar. E esta oposição, acaba assim, por ser uma terapia emocional que me deixa muito mais certa daquilo que sou. Na verdade, não tenho certezas sobre aquilo que quero, mas tenho a certeza absoluta sobre aquilo que não quero de todo.  Por isso, não me interpretes mal. Não julgues que é uma decisão sem porquê ou uma casmurrice que a idade me trouxe. Entende que eu, simplesmente, não

Um vencedor triunfa sem pisar o próximo

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Um vencedor triunfa sem pisar o próximo. Não trai. Não oprime. Um vencedor não se julga maior que todos os outros. Porque não o é, nem tão pouco o ambiciona ser. Um vencedor triunfa sempre por mérito próprio. Pelo suor que lhe escorreu na pele. Pelas pernas fatigadas que o levaram até lá. Mas não espera louros. Não anseia por aplausos. Na verdade, o orgulho que sente em si próprio supera qualquer elogio externo. Um vencedor não inveja, não idolatra. Sabe sempre o que lhe é possível e luta sempre por aquilo que considera impossível. Porque a sede de mais funciona como o motor do seu corpo e a força da sua alma. Ser vencedor é ser mais do que alguém que consegue cumprir grandes objetivos. É ser humilde. Humano. É ter a capacidade de racionalizar, mesmo quando o resto do mundo parece elouquecer. Ser vencedor é ter fé. Em alguém ou em algo. É acreditar por muito que a crença esteja gasta. É ser um Homem, é ser uma Mulher. Um vencedor nunca desiste, por maior que seja a tempestade, por mai

Voar

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- Eu não sei se sei viver. - Como assim? - Não sei vivo se me limito a existir. - Porque te limitas? - Por estupidez. Por ser pequenino de alma. Caio no erro recorrente de ficar na minha zona de conforto. E só depois percebo que de conforto os meus dias não têm nada.  - Porque não mudas? - Porque mudar exige coragem. Exige força interior. E eu estou tão podre, tão pobre. É como se todo eu fosse um vazio sem fim. - Do que precisas então ? - Preciso de uma capa. Daquelas que me permitam voar. Preciso de conhecer o céu c omo nunca conheci a terra. Preciso de me desprender. E de não ter medo do voo nem tão pouco da altura. De não sonhar sobre a queda mas sobre o destino. Inês https://www.instagram.com/25_por_ines/  https://www.facebook.com/25porInes/

Não vou ser o que a sociedade espera de mim

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Não me sinto na obrigatoriedade de ser o que a sociedade espera de mim. Já não tenho paciência para o politicamente correcto. Prefiro a liberdade de rir à gargalhada ou de chorar sem motivo algum. Prefiro ser fiel a mim mesma, íntegra perante o que considero ser meu. Continuar a correr descalça quando todos usam galochas e sonhar com um mundo diferente quando todos pensam da mesma maneira.  Não me julguem. Ao menos sou feliz. Inês https://www.instagram.com/25_por_ines/  https://www.facebook.com/25porInes/

Não desistas

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Quando ninguém reconhece o teu esforço, vacilas. E é perfeitamente compreensível. Não aches que eu não o percebo. Acabas por questionar se vale a pena. Se faz sentido. Provavelmente não faz sentido algum. Sentes que não fazes nada aqui. Que ninguém notará se fores embora, porque afinal ninguém nota sequer que aqui estás. Sentes que talvez pertenças a outro lugar, a outras andanças. Vês o chão fugir-te dos pés, mas não sabes como voltar a ter equilíbrio. E aos poucos a força v ai e a resiliência acaba. Porque não há ninguém que te alimente o ego e o amor próprio que pensavas ter em quantidade mais do que suficiente. É difícil. Mas peço-te que continues. Igual a ti mesmo. E não julgues que estás sozinho. Não estás. Todos os dias milhões de pessoas estão no mesmo barco que tu. Milhões. Mas só algumas delas empurram a bagagem. Só algumas delas insistem no que acreditam. Poucas vão em frente quando as pernas já não têm condições para trilhar o caminho. Mas no final, são essas as pessoa

Mas a mentira tem perna curta. E tua foi dotada de pequenez.

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Jogaste um jogo perigoso. De rato e gato. E achaste que eras inteligente o suficiente para que tudo não passasse de um segredo só teu. Ou então, estupidamente pensaste que eu não tinha a perspicácia necessária para perceber a realidade diante dos meus olhos. Iludiste-me com flores, com mensagens longas, cobertas de sentimentalismos. Não deixavas de me oferecer presentes, daqueles com grandes laços encarnados. Talvez até me os tenhas oferecido mais regularmente que nunca. Talvez porque a consciência te pesava e não querias dormir mal de noite. Compensavas-me assim, irracionalmente, e esperavas que eu continuasse feliz e inteiramente tua. Mas a mentira tem perna curta. E a tua foi dotada de pequenez. Descobri num acaso propositado. Valeu-me o instinto e a tua fraca capacidade para esconderes o óbvio. Chorei tanto. Gritei tanto. Apertei a almofada contra a face para impedir que me ouvissem. Destruí fotos, tropecei em molduras, percorri a casa descalça e inteirei-me de que seria incap

Vamos ser diferentes das gentes dos nossos tempos

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Senta-te um pouco, pois tenho algo para te dizer. Não demora. Quando terminares, verás que pouco tempo passou. A única coisa que não quero que passe por nós, é a vida. Sim, a vida. Sabes porquê? Porque vivemos num mundo que a vê passar. Sei que és demasiado racional para o perceber no dia-a-dia. Sei que simplificas e eu complico. Sei que temos visões distantes acerca do que existe. Mas tenho algo para te dizer. E vais ver que não demora. Verás que quando terminares, apenas atrasaste uma ida ao Facebook , o arrumar dos pratos na cozinha ou simplesmente deixaste a sopa arrefecer. Pouco tempo passou, quando terminares. Mas e quanto da vida já passou por nós? Afinal, o que vêem as gentes dos nossos tempos quando se olham ao espelho? O que vêem elas quando olham para a pessoa com quem partilharam a cama a noite passada? A vida hoje é pensada em função de três coisas: trabalho, dinheiro e reconhecimento. Foram esquecidos valores. O que a vida tinha de melhor já não faz parte do diári

Saudade

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A saudade não tem tradução. Não se fala noutra língua, mas é sentida pelo mundo inteiro. A saudade não tem definição. Não se explica. Não tem teorema associado, nem ciência aplicada. A saudade traz amargura. A amargura de quem sente, mas não vê. Amargura de quem quer muito, mas não tem. A saudade traz nostalgia. Escuridão. A saudade é tramada. Leva o alento. Não se envergonha. Não permite o esquecimento. Não se contenta com memórias doces. A saudade é um meio que não chega a nenhum fim. Percorre almas e quebra o mais forte dos homens. Porque a saudade fere. Fere a pele. Fere as entranhas.  E quem nunca a sentiu, nunca amou. Inês https://www.instagram.com/25_por_ines/  https://www.facebook.com/25porInes/

Éramos para sempre. Mas decidiste partir.

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Eras o meu dia-a-dia. A minha normalidade. Eras as manhãs sonolentas desgastadas pelas nossas noites prolongadas. Eras o aconchego e o colo que precisava tantas vezes. Eras o frio do inverno e o quente do meu verão. Não deixavas que me perdesse. Eras atento. A bússola no meio do deserto que criei à minha volta. Eras a certeza de que a teu lado iria dar um rumo à minha vida. E fosse ele qual fosse, contigo havia de resultar. Porque eras, efectivamente, a minha única esperança de ser absolutamente feliz. Mas partiste. Partiste da pior forma de todas. E eu continuo a não aceitar a maneira como decidiste abandonar-nos. Largaste tudo sem que me desses tempo para aprender a viver sem ti. Foste na busca de um sonho que não era o teu, de uma realidade que não era aquela à qual estavas concebido. Foste pela curiosidade, pela tua mania de te dares a toda a gente. Foste atrás de um sorriso que não era o meu, atrás de um vulto que não cabia na minha altura. E o mais irónico de toda esta históri

Tenho que deixar o meu Portugal

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Tenho que deixar o meu país. As minhas raízes. O meu conforto. Tenho que deixar o meu Alentejo, o meu Norte e o meu mar. Tenho que deixar o que construí por estes lados. Deixar aquilo que me define como eu próprio. Tenho que deixar uma mãe sem menino para dar colo e um pai com o coração pequenino. Tenho que deixar o amor da minha vida. Os amigos de uma vida. Não é que eu o queira, mas é o que vocês me obrigaram a fazer. De uma maneira ou de outra, a culpa é vossa. Eu tentei resistir aqui, hirto sem ceder. Tentei dar o máximo de mim para receber o mínimo que pessoas como vocês me queriam dar. Mas nem isso chegou. Separaram um país. Estão a destruir uma nação. E com esse sorriso amarelo de quem acha que sabe tudo, dizem que todos temos que fazer um esforço para sairmos do buraco onde vocês nos colocaram. O canudo que me incentivaram a ter, agora não passa de um passaporte para ir para bem longe. Esta revolta é maior do que a minha altura. Não foi isto que ambicionei. E os olhos que s

Verdade ou consequência?

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De vez em quando dou por mim a pensar em confrontos morais que questiono eticamente, mas principalmente humanamente. Hoje debati-me com esta mania cada vez mais contemporânea de aligeirar a verdade. Parece que a maioria prefere dizer o que o outro quer ouvir em vez de explicitar o cerne crú que essa questão acarreta. E pior que isso, é assumir de que se trata de uma atitude gentil, sendo essa premissa quase hedionda. Afinal, desde quando é que mentir é gentilmente aceite? Sinceramente, não poderia ter uma opinião mais recta em relação a este "cliché" do dia-a-dia de cada um. Acredito que não existe benefício, para nenhuma das partes, em não facultar sempre a sinceridade. Não interessa se ela é boa ou detestável. A verdade quer-se sempre nua, tal como é, sem ostentações e desculpas de última hora. Defendo que todos merecemos essa verdade. Todos nós merecemos saber o que pensam de nós e o que pensam daquilo que fazemos. Não se trata de ser cruel, trata-se de ser verdad

Foi a morte do artista

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Chegaste e mais uma vez trouxeste desculpas medíocres que me enchem a cabeça. Acho fervorosos todos os pormenores que inventas. Tens talento. Há um drama em ti que não sabia existir. Continuas a falar como se nada se passasse. Acho que até tu acreditas nas frases sujas que proferes sem uma vírgula de verdade. Só podes ser artista. Só te falta o palco. E eu sou a plateia. Os dias vão passando e chegas a casa sempre à mesma hora. Trazes no bolso a carteira e as desculp as, mas essas continuam medíocres. O teu latim, que em tempos soou (quase) a verdade, agora é tão forçado que destapa toda a mentira. E, ironicamente, vejo-te viver com a certeza de que eu vou ficar para sempre. Fazes-me rir, mesmo depois de me teres feito chorar até que me inchassem os olhos. Esta mistura de emoções só os artistas a conseguem. E tu só podes ser um. Como pudeste amar assim? Amaste em duplicado e quem ama em duplicado não sabe o que é amar. Nunca hesitaste. Nunca procuraste saber até onde podias ir.

(De)pressão

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Ela é linda. A sério que é. Uma mistura de emoções. Humilde como a ensinaram a ser. Curiosa. No fundo, é apaixonante. Acho que esta é a palavra que melhor a define.  Ela é assim, mas não sabe... Ela recebe todo o amor do mundo, mas sente-se constantemente abandonada. Ela é amada todos os dias, mas nunca se amou a si própria. Ela tem tudo, mas define-se como um nada. E quando vêm as tempestades, ela luta sempre até findarem, mas todas as vitórias lhe sabem a derrotas.   Ela não  se aceita perante o espelho e muito menos perante os outros. Dita as regras em que vive sem saber muito bem porque ainda continua por cá. Ela esconde com coragem toda a dor que comporta, assumindo que as más energias só a ela devem pertencer. Não pretende que sofram com ela. Não precisam de o fazer. Ela não partilha os pesadelos. Devolve apenas o melhor de si e continua a fingir um sorriso que não é o seu. Ela é assim. Uma menina cansada com a bagagem que o passado a obrigou a carregar. Um corpo que

Pensei que eras a minha melhor amiga. Enganei-me.

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Pensei que eras a minha melhor amiga. Ou pelo menos que me recordavas como tal. Pensei que de alguma maneira, ainda te lembravas dos dias em que regressámos da escola e parámos no quiosque para comprar gomas. Pensei que ainda soubesses em que banco do jardim nos sentavámos a conversar sobre os amores que fomos tendo e os desamores que pela vida perdemos. Ingénua fui ao achar que ainda sabias de cor o meu número de telefone e olhavas para a minha mãe como quase tua. Ingénua fu i ao crer que tinhas saudades minhas em tantas tardes em que estiveste longe.  Porque para mim tudo permaneceu assim. Tudo permaneceu num passado que sempre fez parte do meu presente. Talvez eu continuasse com a esperança que as pequenas mazelas que tínhamos não tirassem o lugar à mais pura das amizades. Assim o achava. Assim o sentia. Mas sem eu sequer perceber como, destruíste o que de maior alguma vez tinhas construído. Conscientemente arrebataste a minha vida e a auto-estima que me definia como forte.

A mudança tem que começar em ti e nunca será confortável

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Sei que a mudança tem que começar em mim, cá dentro, sem pressões externas associadas. Não pode ser uma mudança preguiçosa nem confortável. Aliás, as mudanças nunca são confortáveis. Têm sempre um travo de incerteza e de desconhecido que caracterizam o verbo "mudar", e se assim não fosse, não era uma mudança, mas uma palmadinha nas costas. Na mudança tem que haver investimento e acreditem que nunca é muito. Tem que haver coragem, baldes de coragem! Têm que existir fronteiras mal  definidas e definições sem barreiras impostas.  Há a mudança e depois vem a esperança. A tão velha amiga dos solitários. Aquela que já encheu muitos peitos de ar. Aquela que já acompanhou fiéis por quilómetros de estrada. Aquela que já fez que o mundo tomasse outro sentido, que criou teorias e conduziu a descobertas.   E a minha esperança é humilde. Já deixou de ser fria e egoísta. É uma esperança que sabe onde estou e onde quero chegar, que me move sem grandes pressas, que me permite ver atra

Rezo todos os dias para que Deus não te perdoe

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Marcaste-me para o resto da vida. E eu não me fiz ouvir. Marcaste-me da forma pior de todas. E tão grande é a raiva te trago, mas maior ainda a cobardia que me acompanha. Mas talvez só agora, longe dessa realidade, é que consigo perceber as sequelas que me deixaste. Talvez só agora, longe dos tempos da inocência, é que consigo perceber que mais ninguém conseguirá apagar as marcas que me obrigaste a carregar. Na verdade, só agora tenho maturidade suficiente para admitir que levaste a melhor parte de mim, aquela que mal tive tempo de conhecer, aquela da qual hoje sinto saudade, aquela que tu desconstruíste sem pesar. Hoje percebo que me mataste. Deixei que me matasses. E nunca me fiz ouvir. As ameaças que me sussurraste ainda me deixam a pele em ferida. Permanece em mim um nó na garganta tão seco que é comum perder o equilíbrio. Como se fosse de novo desprotegida às tuas mãos. Como se não tivesse saída. Quão triste é olhar-me ao espelho e sentir repugna de um corpo tão bonito. Qu

Tenho que partir, mãe

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Tenho que partir, mãe. Eu sei que te custa que só leve a mochila atrás, que não leve a tua comida numa caixa de tampa azul e que não tenha bagagem suficiente para trazer a almofada que usei estes vinte anos. Eu sei que receias que o mundo seja demasiado grande e que eu me perca nele. Sei que o teu coração está mais pequenino que o meu e sei que tu não sabes o quanto me custa ver-te assim. Eu sei que estás com um nó na garganta tão seco, daqueles que só se sentem quando as lág rimas já estão quase a dar de si. Sei que tentas ficar hirta como sempre mostraste ser, mas que por dentro te desmoronas ao ver-me despedir da família que hoje veio almoçar. Vá lá, não sofras por mim. Tenho que partir, mãe.  E o que vai é tanto quando comparado com o que fica. Ficam os hábitos antigos e os lugares que fizeram parte da minha infância. Mas as pessoas que amo vão comigo guardadas dentro do peito, permanecem intactas dentro daquele álbum fotográfico a que chamam de memória. Comigo vai o amor que

E quando amas imbecis?

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E quando amas imbecis? Imbecis que não merecem uma vírgula daquilo que és?  Quando adoravas ter alguma coragem. A coragem que te falta para fazer as malas, fechar a porta e seguir viagem. Sem olhar para trás.  Porque o que ficou lá atrás é tão pequeno que iria custar demasiado olhar para o chão. Inês https://www.instagram.com/25_por_ines/  https://www.facebook.com/25porInes/

As pessoas conseguem ser cruéis

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As pessoas conseguem ser cruéis. Os anos passaram, tantos anos já lá vão, mas as marcas ficaram como se tivessem vontade própria. Recordo hoje alguns rostos. Recordo também o sabor amargo que me deixaram na boca. Desenhávamos um círculo. Éramos donos de uma amizade bonita. Bebíamos na mesma mesa. E partilhámos os mesmos sofás. Éramos donos das mesmas loucuras. Seguíamos os mesmos sonhos.   Recordo as brincadeiras e o suporte que lhes dei. Recordo o amor que senti por todos. Ma s quando o desdém é maior do que a saudade, tudo se transforma numa boa desculpa para destruir quem já foi tanto. Foi o que você fizeram, não foi?  Foram tão pouco humanos. Foram a razão clara pela qual eu não quero ser como vocês. Proferiram palavras que penetravam qualquer pele e magoavam qualquer coração. Fizeram de uma noite as insónias de outras tantas. Ainda hoje consigo sentir toda a dor que me provocaram. Ainda hoje não entendo os motivos, nem os fundamentos. O teatro foi tão notável que por s