(De)pressão

Ela é linda. A sério que é. Uma mistura de emoções. Humilde como a ensinaram a ser. Curiosa. No fundo, é apaixonante. Acho que esta é a palavra que melhor a define. 
Ela é assim, mas não sabe...

Ela recebe todo o amor do mundo, mas sente-se constantemente abandonada. Ela é amada todos os dias, mas nunca se amou a si própria. Ela tem tudo, mas define-se como um nada. E quando vêm as tempestades, ela luta sempre até findarem, mas todas as vitórias lhe sabem a derrotas. 

Ela não se aceita perante o espelho e muito menos perante os outros. Dita as regras em que vive sem saber muito bem porque ainda continua por cá. Ela esconde com coragem toda a dor que comporta, assumindo que as más energias só a ela devem pertencer. Não pretende que sofram com ela. Não precisam de o fazer. Ela não partilha os pesadelos. Devolve apenas o melhor de si e continua a fingir um sorriso que não é o seu.

Ela é assim. Uma menina cansada com a bagagem que o passado a obrigou a carregar. Um corpo que permanece de pé mesmo com as noites de insónia que o abalam. Ela tenta continuar mas às vezes fraqueja, e é nessas alturas que o mundo mais a culpa por algo que ela sabe não ter suporte para sustentar. E sim, existem dias melhores que outros. Mas os bons dias são só meras passagens que disfarçam o inevitável.

Ela é assim. E hoje só lhe resta isto. Uma doença real desprezada por uma sociedade egoísta. Vocês não a conhecem, mas ela é uma força da natureza, um furacão destruído por monstros que foram mais fortes que ela. Por pessoas más, por pessoas sem amor no coração. Porque na verdade, os heróis também perdem. E ela perdeu.

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