És o meu poema.
És o meu poema. O preferido. Aquele que não fala só de ti. Aquele que fala de nós. Nomeadamente porque a individualidade parece se ter perdido no dia em que nos descobrimos. E desta forma, perco-me nas tuas linhas. Perco-me de amor. Perco-me em finais felizes inventados antes de adormecer na cama de solteira a que me submeto. E continuo a procurar perder-me mais uma vez. Sempre mais uma vez. Porque não tenho racionalidade suficiente para me encontrar. Perdi a bússola pelo caminho. E na correria das nossas vidas, deixei de investir tempo a procurá-la. Descrevo-te em parágrafos soltos. Em palavras tantas vezes complexas. És como as ondas do mar. Maioritariamente reconfortante, mas pontualmente devastador. E nem sempre a poesia traz finais felizes. A poesia é apenas uma maneira bonita de descrever o que de si traz amargura. A poesia tem em si a capacidade de ser profunda. Intensa. Recorrentemente obscura. Não transportasse ela para o léxico toda a confusão de um ser-humano. Incr