Éramos para sempre. Mas decidiste partir.
Eras o meu dia-a-dia. A minha normalidade. Eras as manhãs sonolentas desgastadas pelas nossas noites prolongadas. Eras o aconchego e o colo que precisava tantas vezes. Eras o frio do inverno e o quente do meu verão. Não deixavas que me perdesse. Eras atento. A bússola no meio do deserto que criei à minha volta. Eras a certeza de que a teu lado iria dar um rumo à minha vida. E fosse ele qual fosse, contigo havia de resultar. Porque eras, efectivamente, a minha única esperança de ser absolutamente feliz. Mas partiste. Partiste da pior forma de todas. E eu continuo a não aceitar a maneira como decidiste abandonar-nos. Largaste tudo sem que me desses tempo para aprender a viver sem ti. Foste na busca de um sonho que não era o teu, de uma realidade que não era aquela à qual estavas concebido. Foste pela curiosidade, pela tua mania de te dares a toda a gente. Foste atrás de um sorriso que não era o meu, atrás de um vulto que não cabia na minha altura. E o mais irónico de toda esta históri